segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Permaneço. 44. Acabaram-se as cartas de amor.


Não há mais lugar para a expectativa, a que horas virá o carteiro buscar esta carta que agora entrego. Não há mais contas de cabeça para os dias que tardarão até que do outro lado surja a moção de uma resposta. Nem de imaginar se o perfume, as lágrimas, a bondade que pusemos naquele envelope chegarão intactos às outras mãos, que são as que queremos e não temos.

Mesmo neste momento complexo, em que me roubam este marco do correio, sinto em mim a glória das cartas de amor que escrevi e recebi.

Penso que ninguém vai sentir a falta deste marco, mais um, a que arrancam agora as raizes. Afinal, quem escreve ainda cartas de amor?

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