BEM POSSO ANDAR CADA DIA....
Bem posso andar cada dia novos caminhos,
Ora pra a verdura do bosque, ora pra a fonte,
Para o rochedo florido de rosas
Olhar do outeiro pra os campos - nenhures,
Ó Bela, nenhures te encontro na luz
E pra os ares se me vão as palavras,
As piedosas palavras que ao pé de ti outrora
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Sim, estás longe, ó face divina!
E a harmonia da tua vida se perde, de mim
Já não ouvida, e ai! onde estais vós,
Canções mágicas, que outrora o meu coração
Acalmáveis co'a paz dos Deuses celestes?
Há muito tempo! há quanto! O jovem
Envelheceu, mesmo a terra, que outrora
Me sorria, se transformou.
Adeus! Cada dia a minha alma se aparta
De ti e regressa, e choram por ti
Os olhos, para de novo claros
Poderem olhar pra onde tu'stás.
Friedrich Hölderlin, traduzido por Paulo Quintela