quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020
Ser gaivota
Fotografei o céu sem olhar para ele,
Chovia no ínfimo templo marginal.
E a gaivota impermeável permanecia.
Não veio ver-me, nem fugiu.
O espaço marítimo fez-se nuvem dentro
E no meu peito nada para pescar.
Mas objectos mais vivos que o coração
E a alva ave perscrutava-os.
Uma esfera perfeita de madeira
Com música dentro, a pedra
Rolada do rio alvo como o pássaro.
As folhas de quercus palustris
E o rosário de penas. Leve.
Pela primeira vez sou importante.
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