quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Permaneço. 45. As lebres batem os aviões


Olha as coisas lá em baixo pressurosas sem foco nem figura que parecem fugir! Vão rápidos os aviões sobre os mares de nós, das lágrimas não choradas, dos muitos barcos, dos que nos acenam boas vindas e despedidas. Passam lá bem em cima e só os vemos se olharmos. De repente, a lebre por mim, o chão em baixo e no fim sem chão, a orelhuda criatura a voar rasante sobre tudo aquilo que sempre me pareceu terra firme, quase a arrancado com os poucos e leves toques que lhes dá, diria que indispensáveis. Ai, as lebres batem os aviões. Batem batem!

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