domingo, 29 de janeiro de 2017

Males e muros

Nos atentados devastadores do 11/Set em Nova Iorque, lembro-me do alerta que a minha terapeuta da altura me fez, de que a violência do ataque impune em si era o menor dos males. Terrível mesmo era a nova forma de nas nossas vidas passar a ser possível para os que nos eram mais chegados planear paulatinamente a nossa destruição. E que isso passaria a dar-lhes prazer, mostrar ao mundo o mal que nos faziam. Achei um exagero mas a Magda acertou em cheio.
Hoje faço um raciocínio parecido, com mais um paralelo com os EUA. A nova forma de terrorismo pessoal vai ser encontrarmos muros onde antes encontrávamos abraços. Não há dor maior.
Tenho problemas com a palavra "amizade", assumidamente, porque no fundo sempre senti mas não sabia dizer como de um momento para o outro se pode renunciar. A partir de agora, vão-se construir muitos muros.
Todos temos amigos verdadeiros, que não têm de estar num painel de fotografias em exposição, mas no nosso coração. Mas todos também - eu pelo menos - temos pessoas que sem darmos conta levantam novos muros. De nada adianta gozar com o rapazinho que governa os EUA neste momento, a quem seguramente roubaram os brinquedos todos quando era pequeno. Temos é de garantir que não fazemos o mesmo.

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