sábado, 17 de agosto de 2013

Correr juntos


Quando chegavam as 6 da tarde, era tempo de voltarmos a ver-nos. Vencer o trânsito e o cansaço. Deixar acender dentro a chama que nos atirava tanto um para o outro. Havia mais, muito mais, que nos atirava ambos para o rio. Metamorfose rápida, ser só vestir o equipamento e descer, o Tejo ali. Silêncio, não falávamos. Então dávamos as mãos. Caminhávamos 5 minutos de mãos dadas. E começava a corrida, 4,5 km para lá, outro tanto para cá. Era exactamente 9 km de conversa. Ninguém soube que 9. Mas nove. Era como se não fosse preciso respirar, correr ou andar a mesma coisa. Não dispensávamos era falar. E fazíamos amor devagar, muito tempo. Do que aprendi e vi, as outras pessoas correm de forma solitária, e fazem amor a correr. Nós não. Nunca.

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