Sopra finalmente
Sopra finalmente o vento noturno
Aquele que busca o fim das marés
Soçobra quem se lhe opõe
Esvai-se todo o que o retém.
Ouve-se o lamento imberbe de Neptuno
Ecoam os sorrisos abafados da Mãe.
Há todo um saltério que se instala,
Pedindo versos francos e puros
A maior criação é a que sai
Do esmagar das teclas pela criança
Que se transforma em areia colorida
E se reinventa a cada raio de lua.
Não há maior luz que a do silêncio
Nem ilusão maior que a do amor.
É bela a calada da noite,
É nela que construímos casas
E colocamos cortinas nas janelas.
Sonhamos quietos e adivinhamos
Matizes dourados de encanto e lume
E aguardamos pacientes o redentor abraço.
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